
A tempos queria escrever algo sobre fotografia, algo que não fosse elogiando essa técnica que é pura técnica, e não arte, algo que fosse denunciativo, que criticasse o seu andamento atual, algo que não acrescentasse nada ao processo presente dos fotógrafos.
Pois bem, resolvi tentar! E para iniciar, tenho que elogiar, em um primeiro momento, aqueles que fazem da fotografia um modelo sustentável de vida, ou seja, algo que lhes dê lucro. Receber lucro é algo gradativamente gratificante, principalmente quando esse “gradativamente” cria a real possibilidade financeira e material de conseguir êxito frente a “um mói” de oportunistas amadores que adentram no mercado não pela competência de sua obra, e sim pela sua competência de bajulação e coisas do tipo.

Mas, como sabemos, a atual conjuntura econômica e tecnológica mudou bastante, e são muitos os que hoje têm acesso a tal parafernália, e são muitos os que consequentemente a usam para registrar, eternizar e historiar seu presente.


No mercado profissional, tais amadores logo sentem que, apesar de um bom equipamento, falta não apenas experiência, mas também “jeito real” para a coisa, a famosa competência. Mas são insistentes, e sabem que a partir da bajulação podem chegar ao seu objetivo.
Com o intuito de chegar aos seus objetivos, os amadores que agora se sentem profissionais, irão bajular e ocupar, encharcando o mercado, tirando a partir de cachês ridículos a real possibilidade de um profissional se sustentar, “vulgarizando o espetáculo” de registrar, passando-nos um certo tipo de intelectualidade e dom artístico que é falso, passando para os seus espectadores uma nova forma de registro que, por sinal, é vulgar.
Normalmente aquilo que se torna popular ganha novos paradigmas, como a fotografia ganhou, o que de fato não é problema... Porém, a técnica de fotografar perdeu parte da sua naturalidade, tornando-se algo falso, não proposital, patrocinando ou motivando a juventude a transformar seu presente em algo que não aconteceu propositalmente, e apagando, ao mesmo tempo, o que deve motivar mais: o trabalho do real fotógrafo.

Um comentário:
Concordo com esta conclusão. Mas seria bom esclarecer que ela não deve servir como base de critério do que seria uma fotografia boa ou ruim. É fato que um profissional está mais apto que um amador à chegar, por meio de consenso natural, no que seria uma fotografia de qualidade. Acontece que hoje, com o avanço tecnológico, o amadorismo por assim dizer não mina a possibilidade de competência nem o profissionalismo garante a qualidade. Isso sem contar que o valor subjetivo da fotografia é o critério primordial de quem deseja possuí-la. Ou seja, no entendimento de alguns, não importa quem capturou a imagem ou que ferramenta e técnicas foram utilizadas, mas sim o que ela te representa.
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