sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Infelizmente o sonho não acabou



Mas um dia primaveril em pleno outono, e então eles sobem ao palco. Cobertos de ação “sessentista” declaram seu ódio ao capital internacional, falam de liberdade, ovacionam os DCEs da vida, convocam todos a lutar por nossos direitos, utilizam a palavra resistência e de quebra indicam um líder.
Barbados e trajados de forma bem peculiar, consideram que um mundo melhor virá, onde juntos poderemos caminhar... A luta parece ganha! Peças teatrais estarão em acesso, mulheres emancipadas, pessoas felizes...
“Proletários de todos os países, uni-vos”.
Pois é, libertar-nos de nossos grilhões nunca foi realidade, e se depender do mundo, nunca será.
Falar de liberdade é uma das coisas mais complexas e intrigantes que existe, pois ao criticar algo posso estar ferindo a liberdade deste, mas que se dane! Adoro tirar onda.
Mais um dia primaveril em pleno outono, entorpecidos de maconha, retardados e retardadas se reúnem para falar besteira. Ao som da MPB refletem sobre a situação atual. Para eles o mundo precisa de mais poesias (me libertem), amor (putaria), liberdade (?), educação (partidária) e outras coisitas da cartinha alternativa.
Eles estampam a figura do Che Guevara, ultrajando a figura deste, transformando-o na ultima coisa que ele merecia ser: alvo consumista (não comunista). Veja bem, não sou contra as reinvidicações, sou contra os alternativos!
Como ser a favor da liberdade e defender governos corruptos ou demagogos (Hamas, Chaves, Irã)? Como acreditar que assistir infâmias teatrais, recitar poesias sem nexo e aplaudir discursos que ninguém entende (inclusive eles) seja uma saída?!
Pensar que barbas grandes, saia indiana e camisa de Che, sejam uma saída contra o capitalismo rumo a uma sociedade alternativa, é realmente retrato de uma juventude antiquada e modista. Conviver com o pragmatismo terceiro-mundista dos falsos intelectuais eruditos é um saco! Portanto, no melhor estilo sessentista, decreto o fim desses, paredão para todos! Isso sim é liberdade!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008


A inércia

Falar sobre Punk é complicado, não só porque a maioria dos punks são chatos, mas também pela blindagem criada e defendida à sua imagem e semelhança. Pois bem, ao falar de toda a estrutura alienada do underground pessoense, ou de qualquer parte do mundo, alguns punks assumem um lugar de privilégio de conhecimento, pois possuem uma estrutura ideológica diferenciada da grande maioria.
Como sabemos, um dos principais e primordiais instrumentos de produção punk é a música, porém a mesma acabou sendo vitima da indústria cultural, ou seja, da massificação. É contra essa massificação que a resistência vai se atenuar, sendo de grande avalia a intensificação de um processo ideológico fechado para garantir uma suposta liberdade individual aos mesmos, preservando os valores culturais do movimento, gerando conflitos entre indivíduos punks e undergrounds em geral.
A defesa de um processo de canalização da exclusão musical e ideológica é o canal de diferenciação entre punks e “libertários”, pois os gritos e os rituais advindos dessas vertentes foram responsável por uma formação de uma grande cena underground, que deste seu inicio desejam a dissolução uma da outra.
E qual a diferença entre tais vertentes? Existe mesmo uma diferença? Este é um canal aberto para um debate que nunca foi realmente debatido, mas apenas vomitado por alguns bêbados ensopados de mentiras e baboseiras.
Neste mundo de resistência, discursos pró-revolucionários são proferidos, ora por demagogos, ora por raridades que possuem seus fundamentos e alicerce para tal. O grande fato aterrador é que em muitos casos os que são chamados de “for fun” tem conhecimento parecido, ou até mesmo mais compatível com a realidade, e mesmo assim são chamados de fascista, traidores etc.
Este fato, um tanto quanto esdrúxulo, mostra a instabilidade e discrepância contra-cultural. É de notar que ambos (punks e libertários) possuem o mesmo alvo comum, supostamente a classe dominante, porém preferem debater sobre “gangues”, música, exclusividade e visual, esquecendo que unidos poderiam quebrar muitas fronteiras.
Mas com uma visão mais profunda ainda sobre ambas vertentes, qualquer sociólogo, por mais chulo que seja, iria notar que a questão não é a mudança, não se trata disso. Muitos dos jovens que são jogados para esses movimentos foram, na maioria dos casos segregados de outros; portanto não existiria, nem existe, consenso em ambas as vertentes, pois numa melhor análise não se trata de mudança, e sim de quem é certo ou errado, de quem é a verdade.
Simplificando: faça você mesmo!