segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Democracia, Fome e Tecnologia!


Realmente acredito na democracia como um sistema revolucionário que pode, quando bem aplicada, diminuir o abismo das diferenças sociais e, sendo assim, propor uma legítima igualdade entre homens e mulheres, defendendo, sendo uma real liberdade, sem disfarces, e uma teia de fraternidade entre seres independentemente de gêneros e etnias.

Diante da minha fundamentação acredito que a fome é, sem muitas firulas, a maior incompatibilidade com a democracia, e que, portanto, não existe democracia em determinadas fronteiras onde exista o fenômeno da fome, visto que a mesma prejudica a concorrência e a igualdade de pensamentos!

De fato, entendo que a procura por regimes políticos benéficos e de largo alcance são construções que se aprimoram com o tempo, mas penso que diante da radicalização do processo de concorrência e do capitalismo, o ideal de igualdade e liberdade seja putrificado, pois as competições entre os seres me mostram que estamos longe de um sonho, e mais perto de um pesadelo.

Pesadelo materialista e desnecessário, fragmentado toda semana com novos lançamentos e novas tecnologias igualmente desnecessárias, que validam a competição e fracassam na fraternidade. Jesus morreu e não precisamos de novos heróis e profetas, e sim de tecnologias que custam bilhões, e que criam bolsões e muros de discórdias.

Estamos aprisionados, acorrentados e subservientes ao discurso demagógico e pouco utilitário sobre os benefícios democráticos de se viver nesse regime de utópica liberdade. Vivendo nessa democracia, estamos sendo duplamente enganados... tanto pelo conceito de cidadania e democracia, como também pelo conceito de liberdade...liberdade...liberdade!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Machismo Gramatical

A sociedade feminista brasileira se queixa do tratamento machista existente na grámatica portuguesa.

Seguem alguns exemplos:

- Cão melhor amigo do homem; Cadela: Puta
- Vagabundo: Homem que não trabalha; Vagabunda: Puta
- Touro: Homem Forte; Vaca: Puta
- Pistoleiro; Homem que mata as pessoas; Pistoleira: Puta
- Aventureiro: Homem que se arrisca; Aventureira: Puta
- Garoto de Rua: Menino pobre; Garota de rua: Puta
- Homem da vida: Pessoa letrata pela sabedoria adquirida ao longo da vida; Mulher da Vida: Puta
- O galinha: O "bonzão" que traças todas; A galinha: Puta
- Puto: Nervoso, irritado; Puta: Puta
- Tiozinho: Irmão mais novo do pai; Tiazinha: Puta
- Feiticeiro: Conhecedor de alquimias; Feiticeira: Puta
- FHC, Lula, Serra; Políticos; A mão deles: Puta



Texto distribuido pela banda Lilith!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Faça você mesmo! O quê?





De fato, a intenção real daquilo que foi exposto como debate no último dia 30 de agosto de 2009, no Espaço Mundo, ficou de difícil entendimento, visto que debate é aquilo onde pessoas apresentam ideias e essas são discutidas ou questionadas, pelo menos no meu ponto de vista.
O suposto debate seria sobre “cena underground atual”, e teve como “facilitadores” três rapazes: Alan Porcão (RS), Gustavo (RJ) e um terceiro que não me recordo o nome, sendo organizado pelo “O Farol”, coletivo criado por adeptos da música alternativa underground, no intuito, segundo eles próprios, de levar ao “público a contracultura e a divergência através de música, palestras, debates”.


Em suma, a proposta de tecer comentários sobre a atual cena é legal, mas quando essa proposta foi levada à prática foi um tanto quanto constrangedora, pois as propostas não fluíram, e aquilo que supostamente deveria ser um debate logo se transformou em uma ego-história daqueles citados acima.
Dentro dessa ego-história a apresentação adentrou no ponto chave, não sobre a cena underground atual, e sim sobre “DIY” (do it yourself). Nesse ponto algumas considerações foram feitas, e a digestão não foi muito agradável.
Tal fato se assemelha ao apontamento dos palestrantes sobre o que “deve ser” o underground, ou o entendimento sobre o que é punk! Infelizmente, como muitos dos demais simpatizantes do underground, aqueles que estavam a “discursar” desejavam uma realidade idealizada e utópica baseada em comunicação, engajamento e numa suposta consciência, apontando a atual realidade como “vazia”, inexistente e alienada (e é?).


Logicamente, tais apontamentos estão longe de não serem concretos, no entanto não é só o “underground” que sofre com a fragmentação das idéias, e sim tudo e quase todos que estão ao seu redor (faculdades, instituições públicas), justamente porque a necessidade de engajamento, luta e discurso ativista caiu em desuso nessa cena pós-moderna, sendo essa postura substituída por outros segmentos mais líquidos e sem projetos de identificação a longo prazo. Em outras palavras, o que você é hoje não precisa ser amanhã.


O interessante é que o tom com que se levou esse debate foi de pura nostalgia, como se “nas antigas” o círculo das ideias relacionadas ao underground fosse de fato verdadeiramente positivo para a construção de uma sociedade livre e realmente democrática. Quando a suposta solução para essa juventude “apolítica” foi apontada pelos palestrantes, a experiência narrada por estes não enriqueceu em nada o suposto debate, pois os mesmos não deixaram claro como caronas, gritos, tradições gaúchas, sociedade sem cigarros, dezenas de organizadores, público pagante, donos de bar, deixar a namorada, largar a universidade, poderiam ser uma solução para “uma sociedade underground em decadência”. Sendo assim, logicamente e sob a minha visão, respeitando a “coragem” daqueles que estavam a propor as ideias, não falaram nada com nada!
Criticar o paradigma atual do underground musical de fato é necessário e urgente, porém a critica deve ser seguida de argumentos que tenham alguma finalidade, pois quando isso não acontece apenas se reforça a própria teoria criticada como alienação underground, pois não basta só gritar, tem que saber o porquê do grito, e como argumentei, no “faça você mesmo”, podemos fazer muita coisa, inclusive nada!!!


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

1968

Foram muitos que pensavam em mudar o mundo, cada um a sua maneira, cada um com sua criação, e todos unidos com suas utopias. Felizes estão os opositores da época, os udenistas, pois o fogo revolucionário não passou do coquetel molotov, do enigma do sonho, da moda.

Foram libertários suficientes para criar novas barreiras, tão suficientemente libertários para oprimir o que defendiam, e usurpar os novos sonhadores, pré-estabelecendo qualquer mudança “revolucionária” futura como cria do 1968, a mudança do contra, movimento endógeno.
A mudança, logicamente é notável, porém é demasiadamente “sacável” que o prometido não foi, e nem será alcançado. Os paradigmas não foram mudados, na verdade foram remanejados, encobertos com novos discursos, que acarretaram novos excluídos, e conseqüentemente novos revolucionários, ou apenas acomodados.
A prova do que escrevo é aquilo que chamamos de governos, seja ele os tradicionais populistas revolucionários andinos, brasileiros ou europeus. De fato, o único que realmente levou 1968 a sério foi a Holanda, que ao passar dos anos torna-se a cidade mais libertina do mundo, e isso não liga-se apenas as famosas legalizações alucinógenas.
1968 não é um ano a ser esquecido, mas sim um ano a ser reescrito, e apesar de anacronicamente impossível, é um ano pra ser refeito. Onde poderemos aniquilar a idéia hippie, chutando ela definitivamente da história. Nada de Paz e Amor, nada de roupas bizarras, reescreveremos com o sangue dos pobres, dos ricos, o sangue da história. Só assim, provavelmente teremos um novo futuro, talvez tão segregário e desigual como esse, ou simplesmente o contrário!





terça-feira, 14 de julho de 2009

Uma real alternativa...

Alternativo é aquele que procura um modelo diferenciado daquilo que é macro, daquilo que é dominador. Portanto os alternativos são pessoas diferenciadas, politicamente corretas, que causam uma ruptura com aquilo que lhe foi ditado, criando todo um estilo diferenciado e que está em evidencia entre as tribos tipicamente urbanas, tipicamente da classe média.
O modelo alternativo, quando atrelado a música e a moda, pode ser reconhecido por uma infinidade de argumentos e acessórios, vestimentas e falácias, postura e instrumentos. São eles, os alternativos, que tentam se mostra como resistência da ignorância, mostram-se como belos regionalistas, defendendo novos discursos, expansão mental, novas posturas... viva a sandália de pau!
Porém, os alternativos nem de longe estão perto de concretizar seus discursos, na verdade eles são aquilo que mais de retrogrado existe em uma sociedade, pois na verdade promovem eles um discurso demagógico, e portanto, alienado.
Desdenham eles a sociedade de consumo, lutam por mais liberdade, menos imperialismo, mais educação. Realmente até eu me interesso e luto por esses pontos, e logicamente também sou um sonhador, entretanto de que forma, que não seja idealista, esses que naufragam o discurso libertário propõe uma verdadeira mudança?
Para modificar aquilo que é errôneo, a mudança deve ter inicio por uma metamorfose individual, interna e profunda, que realmente cause um rompimento entre aquilo que é convencional para se transforma naquilo que possa ser uma alternativa de vida, ou seja, não basta apenas trocar a roupa, calçar uma sandália e defender o vegetarianismo, a mudança é profunda e causa queda. Uma queda daquilo que convencionamos a proclamar de liberdade, e que nada mais é do que uma prisão com modelo diferenciado.


Olhar o mundo por outro ângulo, desacreditando e tirando a credibilidade de todos, inclusive a nossa, é o ponto inicial da mudança, romper com o nosso consumismo bestializado, que causa a dependência e violência daqueles que vivem numa realidade menos abastada, seria uma segundo ponto.
Politicamente correto não é só aquele que impõe uma oratória que teoricamente respeita ou privilegia os menos favorecidos. Politicamente correto, e verdadeiramente alternativo, é aquele que rompe com as indiferenças sociais, que realmente luta externa e internamente contra algo imposto, e que planta dentro de si a semente da mudança ativa, e não teórica e bairrista. Alternativo é rompimento e radicalização individual...o resto é balela!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Abaixe o seu pênis!



O pênis é um instrumento de poder muito bem alicerçado na cultura em que vivemos, e não me dirijo a cultura regional ou nacional, me refiro a uma cultura macro, global, e portanto, universal.
Será que existe pênis pós-vida? Será que a sociedade peniana irá pagar por sua ditadura, e que as mulheres do além conseguiram a tão sonhada liberdade feminista, impondo a ditadura da vagina? Num sei não!
Mas que devemos derrubar a ditadura peniana, impondo um método de democracia direta, com a participação dos grupos mais marginalizados, “como” (literalmente) a republica da sodomia, devemos sim!
A proteção peniana sempre foi focada em uma suposta superioridade viril frente a famosa delicadeza vaginal domestica, ou contra a perversão sodômica ou lésbica, porém esse “glamour” primitivo da esperança heróica de um pênis militarizado já pode ser apagado da história, visto que para o controle dos meios tecnológicos, e a sociedade caminha para tal, não precisa da truculência peniana, qualquer sexo capacitado profissionalmente pode manusear, ou fazer a manutenção de tal aparelhagem.
Como a “truculência machine” pode ser controlada por qualquer ser, independente do sexo ou da opção sexual, podemos enfim fatalizar a história do sexo opressor, da ditadura peniana, e enfim viver num ambiente de igualdade de prazeres, descaracterizando esse mundo do pênis.
Portanto: “Abaixo o seu Pênis, não somos inocentes!”.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Esmola? Não obrigado!



Alimentar a pobreza criando meios pra que ela se fortaleça, progrida e se espalhe por esse Brasil continental sempre foi nossa política mais abrangente, por isso a pobreza nunca acabou, pois ela é a maquina eleitoral desse Brasil imundo.
As esmolas governamentais, religiosas e populares acomodam. Acomodam e incomodam! Acomodam porque criam uma expectativa de vida baseada nas migalhas das ilusões, na vida do encosto, na espera de algo do próximo. Incomodam pois o dinheiro que sustentam tais esmolas, em sua maioria, são de proveniência governamental, ou seja, dinheiro do povo. Dinheiro do povo que não serve pra ajudar o povo, e sim apenas deixá-los sobreviver!


A pobreza é vergonhosa. Mantê-la viva é uma crime! Devemos acabar com a pobreza de forma racional e eficaz, sendo assim devemos acabar com a esmola. Precisamos fazer políticas sociais que realmente ajudem o povo, construindo um relacionamento benéfico, que deixe um alicerce para que este possa sobreviver dignamente, não parasitariamente.
Educação nunca é de menos. Acesso a comunicação nunca é de mais. Democratização política e dos bens naturais poderia ser um começo. Criar um novo status quo poderia ser um bom final.

A luta parece está demasiadamente fora de moda, os discursos se encontram em estágios demagógicos, precisamos ter uma nova analise sobre nossos conceitos... Precisamos explodir nossos conceitos e se desligar de nossas imbecilidades!
Oscar Wilde dizia: “Os piores senhores eram os que se mostravam mais bondosos para com seus escravos, pois assim impediam que o horror do sistema fosse percebido pelos que o sofriam, e compreendido pelos que o contemplavam.”
Fim!

Paz?

A paz é minha companheira, minha parceira, praticamente uma truta minha. Conheço a paz há muito tempo e muito provavelmente meus primeiros contatos com ela foi na minha educação domestica infantil, que privilegiou o dialogo, a retórica e a paciência.
Em contrapartida muitos daqueles que cresceram em minha comunidade não tiveram o mesmo acesso a tal educação, e por ventura não obtiveram em sua formação pessoal um limite quase infinito de possibilidades pacifista, o que elevou, e as estatísticas policias podem provar, uma grande taxa de violência urbana no local onde cresci.

Estatísticas! Estatísticas?
Para que servem mesmo esse tipo de estatística? Para um futuro compromisso social firmado entre governo e população, na qual, a segunda será beneficiada por futuros investimentos em qualidade de vida, tentando com isso diminuir a violência no futuro? Ou para criar uma barreira na expansão imobiliária, ou algo do tipo, que possa sempre privilegiar uma determinada classe, em detrimento e comparação a outra?
Não sei não! Tenho medo de controle social. Tenho medo de estatísticas! Tenho medo da violência! E preciso mais de paz!




Em busca dessa paz que tanto almejo passei a divulgar minhas intenções pacifistas, passei a escutar idéias insignificantes para me, só para deixar as pessoas mais relaxadas, mais felizes, ao menos momentaneamente! Passei a não comer carne! Passei a fumar menos!


Em um primeiro momento até pensei que tal submissão das minhas vontades e taras seriam benéficas para o globo. Porém depois pensei que o globo não seria benéfico se eu não continuasse a ser “Eu”. Portanto continuei a ser da paz, porém voltei a desconfiar de tudo que se mexe, de tudo que pode virar estatística, de tudo que pode tirar minha paz.