sábado, 12 de junho de 2010

Underground



O underground resiste a passos largos, e se as bandas não agradam àqueles que tem os sentimentos mais nostálgicos, como é meu caso, as atividades e trocas de ideias se tornam mais intensas, agradando às lembranças históricas de outrora, através daquilo que compõe e dá sustentabilidade a esta nova sociedade pós-moderna.
Nesse meio ao qual pertenço, e do qual me auto-excluí, e ao qual, portanto, não
pertenço mais, pude notar que continua uma intensa troca de acordes entre as capitais nordestinas, e que o fluxo de bandas sulistas também cresceu por aqui, o que me leva a crer que os contatos entre as bandas melhoraram significativamente, ao menos no que tange a questão de recepcionar os colonos.
Mesmo assim, aquilo que podemos chamar de cena alternativa, de fato, não é muito alternativa, pois não propõe uma real mudança das demais tribos musicais ou sociais existentes na sociedade, o que, na minha opinião, apenas aponto como acomodação do estilo, e que numa análise parcial posso compará-la com aquela que antes existia, e que também não apontava uma real alternativa de vida.
Ainda em minha opinião, aponto tal cena como prioritariamente modista, pois essa me parece ser a principal preocupação daqueles que estão inseridos nela: a moda. Podemos notar que os espectadores e as bandas, em muitos casos, se mostram complacentes em suas vestimentas, gírias, pensamentos e até em gostos culinários, ou seja, não existe naturalidade no que se fala, no que se pensa e no que se come!
Convém frisar que dentro desse atual underground falta discordância. Parece que todos estão envolvidos numa aura de concordância fenomenal, uma sociedade perfeita, onde superadas as questões sociais e políticas daquilo que a rodeia, restaram apenas serem coniventes em suas singularidades e coletividades.
Seria incorreto afirmar que não existe uma cena rock na Paraíba,porque ela existe sim. Porém, esta se comporta da mesma forma que outras cenas musicais: é alienada, rotulada e nada tem a mostrar de novo ao mundo. É apenas uma cópia daquilo que também é copiado em outras capitais nacionais, com algumas singularidades, lógico.


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