quinta-feira, 6 de agosto de 2009

1968

Foram muitos que pensavam em mudar o mundo, cada um a sua maneira, cada um com sua criação, e todos unidos com suas utopias. Felizes estão os opositores da época, os udenistas, pois o fogo revolucionário não passou do coquetel molotov, do enigma do sonho, da moda.

Foram libertários suficientes para criar novas barreiras, tão suficientemente libertários para oprimir o que defendiam, e usurpar os novos sonhadores, pré-estabelecendo qualquer mudança “revolucionária” futura como cria do 1968, a mudança do contra, movimento endógeno.
A mudança, logicamente é notável, porém é demasiadamente “sacável” que o prometido não foi, e nem será alcançado. Os paradigmas não foram mudados, na verdade foram remanejados, encobertos com novos discursos, que acarretaram novos excluídos, e conseqüentemente novos revolucionários, ou apenas acomodados.
A prova do que escrevo é aquilo que chamamos de governos, seja ele os tradicionais populistas revolucionários andinos, brasileiros ou europeus. De fato, o único que realmente levou 1968 a sério foi a Holanda, que ao passar dos anos torna-se a cidade mais libertina do mundo, e isso não liga-se apenas as famosas legalizações alucinógenas.
1968 não é um ano a ser esquecido, mas sim um ano a ser reescrito, e apesar de anacronicamente impossível, é um ano pra ser refeito. Onde poderemos aniquilar a idéia hippie, chutando ela definitivamente da história. Nada de Paz e Amor, nada de roupas bizarras, reescreveremos com o sangue dos pobres, dos ricos, o sangue da história. Só assim, provavelmente teremos um novo futuro, talvez tão segregário e desigual como esse, ou simplesmente o contrário!