quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Os animais humanizados

Nosso país cresce a passos não largos, passos miúdos, no entanto, ainda como antigamente, o Brasil é visto como o país do futuro, e das novas oportunidades. Temos alicerce para sustentar esse crescimento? Não, o que de fato me faz pensar que seremos o país do quase – quase rico, quase pobre, quase desenvolvido, quase subdesenvolvido.
No entanto, se a meu ver não teremos tantas chances futuras, temos chances no tempo presente, e o tempo presente é um tempo a ser aproveitado, e é isso que estamos fazendo, aproveitando, cada um de sua maneira, cada um ao seu estilo.
Dentro desses estilos de aproveitamento, tem um que me incomoda bastante, o estilo de não humanização dos humanos, e de hiper valorização humana dos animais domésticos, notadamente os cachorros. Foi embora aquele tempo que a maioria das pessoas se compadeciam com a pobreza do outro, com os problemas do dia-a-dia, e com a melhoria da vida coletiva.
Somos um país de consumistas, consumimos e nos endividamos muito, e um dos principais exemplos desse consumo é o alargamento dos números de pet shops. Por que as pessoas enfeitam os cachorros? Qual o real sentido disso? Pra quê comprar camisetas, calcinhas, totós, chapéus, esteiras para um animal? Pra quê dar banho de piscina, dar massagem, aparar pelos pubianos, fazer unhas? Será que o animal necessita realmente desse tipo de cultura ou queremos transformar cachorros em seres humanos?
De fato não existe nenhum problema com os cachorros, o grande problema é a humanidade no seu sentido de bestialização consumista. Ás vezes quanto melhor o índice de desenvolvimento da economia, maior o nível de gastos desnecessários e ridículos. Obviamente que gosto é gosto, mas cachorro não é gente e pronto.
O interessante que a cada vez mais pessoas adentram nesse sistema de descaracterização dos bichos e humanos, havendo uma troca de valores no que tange a questão dos direitos do homem e da mulher. Por exemplo, é muito comum na atualidade pessoas fazerem campanha para adotar financeiramente ou familiarmente um animal abandonado, ao mesmo tempo que as pessoas viram as costas para aqueles que são a sua semelhança e que por ventura estão em situação de risco.
Não se trata de não se sensibilizar com a morte e tortura de animais, trata-se de sensibilizar mais com a morte e tortura física e econômica dos sapiens sapiens. Se temos dinheiro suficiente para gastar ridicularizando os animais, por que não gastar parte desse dinheiro para melhor humanizar o nosso meio?
Não gastamos com a melhoria do nosso meio porque a grande maioria das pessoas se deixam ludibriar com o bombardeamento midiático a essa nova vertente da nossa cultura, infelizmente quanto mais deixamos nossos ANIMAIS domésticos “exóticos”, menos humanos ficamos, e mais animais não sapiens nos tornamos – VIVA !!!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Eu, meus orgulhos e meus sentimentos


Há alguns anos que precederam a escrita desse texto, tinha Eu uma camisa propagandista com os dizeres: “Orgulho de ser nordestino”, de uma grande rede de supermercados locais, que hoje pertence ao capital externo, e que naquele momento minha pessoa usava como forma de deixar bem claro minha posição frente a minha região, uma típica mostra de regionalismo.
Pois bem, ainda tenho tal orgulho, da mesma forma que ainda me falta orgulho em diversas coisas, como por exemplo: um Estado nacional que respeita as peculiaridades de cada região, que respeite o outro, as individualidades e as multiplicidades. De fato, falta muito orgulho em minha vida, talvez por isso acho complicado escrever sobre orgulho, isso porque a noção de orgulho não me agrada, pois tenho pouco estima por aquilo que as pessoas tem orgulho (dinheiro, bens materiais, falsidades).
No entanto, enfatizando o tema desse texto, eu tenho sentimentos, sentimentos os quais me deixam orgulhoso, sentimentos que me fazem ser um ser infinito, renovável, mutável, sentimentos que me classificam como humano em processo de criação, no melhor estilo rio perene, aquele que nunca deixa de receber novas águas!
Sendo perene estou sempre aberto a discursões e avaliações, sendo perene estou sempre disposto a mudança, sendo perene nunca serei o mesmo, sendo perene não buscarei a rotina, que apesar de me fazer bem, me limita como algo rotulado, terminado, concluído, eu sou o mesmo mas não serei igual.
É a busca por novos sentimentos que me transforma, é a busca pelo vazio que me preenche, a compreensão me deixa motivado, a motivação me faz pensar, os pensamentos me libertam, a liberdade é o meu principal objetivo.
No entanto, minha individualidade só é completa quando respeito a coletividade, e a coletividade é um problema, por sinal muito grave. Não respeitamos os direitos dos outros, normalmente nossas individualidades também não são respeitadas, e citando Montesquieu, ...uma injustiça feita a um, é uma ameaça a todos...
Tenho minhas duvidas sobre o que de fato é ser civilizado, tenho minhas duvidas e incertezas quando o assunto é futuro, tenho minhas duvidas sobre aquilo que pode me deixar feliz. A felicidade é utopia, a liberdade é um grande sonho, sonho é o que nos alimenta e pesadelos é a nossa rotina.

Viva o impossível!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sou hard Core

Hard Core é um estilo musical que rompeu as barreiras das poucas notas, adentrando na postura individual, formando e deformando o caráter, sendo um estilo de vida de muitas pessoas, que ao negar a cegueira social, passou a enxergar o mundo a partir de novas formas, com novos olhares.
O Hard Core não é mais uma teoria que tente se mostrar como a dona da verdade, de fato não se trata de verdade, a verdade nunca será solida, nem se quer se trata de uma teoria, trata-se de uma conduta pessoal radicalizada e pessimista frente ao presente/futuro, que a partir da musica e de outros meios contra-culturais procura uma saída pessoal para aquilo que o meio impõe.
É uma alternativa das ideias alternativas, é uma válvula de escape do submundo, é algo que não se limita aos “três acordes”. Viver o Hard Core não é buscar a incoerência, muito pelo contrario, é se libertar do mundo autoritário, é saber respeitar a opinião dos outros sem concordar com elas, é gritar educadamente quando os outros não querem ouvir, é pensar e agir coerentemente, e não inconscientemente.

sábado, 9 de julho de 2011

Jogando pérolas aos porcos

O texto abaixo foi escrito essa semana por mim em resposta de um comentário de uma leitora sobre um texto antigo: "Todo mundo odeia o Zé!"





Maria:

"queria vc sser odiado por todo mundo mais nem isso vc consegui, pq vc não é ninguem, seu bosta só fala merda, e sua foto caba feio da porra, desce pro inferno capeta kkkkkk..."



Eu

O texto acima foi escrito por alguém que muito provavelmente não sabe muito bem ler e escrever, ao menos na forma gramaticalmente correta, e foi assinado por uma tal de Maria, que muito provavelmente não tem esse nome (Maria) em seu RG, e que, numa linguagem mais coerente com o mundo das redes sociais de relacionamento, deve ser um fake. Isso mesmo, um fake.
De acordo com Wikipédia “Fake” ("falso" em inglês) é “um termo usado para denominar contas ou perfis usados na Internet para ocultar a identidade real de um usuário”. Ainda de acordo com a Wikipédia, “no Orkut, ou em outros tipos de sites de relacionamento, os criadores de perfis fake na maioria têm entre 10 e 20 anos de idade”.
De fato, fico feliz em atingir tal faixa etária de leitores, mesmo não sendo esse meu objetivo; no entanto, “figay” infeliz pelo simples fato de não entender o que a tal “fake Maria” quis me explicar, ou criticar, ou sei lá o quê... de fato, deve ser difícil estar na faixa etária de um Fakie, deve ser difícil ser um fake. Na verdade, eu não sei porque as pessoas são fake.
Sinceramente, eu escrevo para todo o mundo, e é uma pena que apenas uma mínima parcela irrisória desse mundo me leia, mas enfim... não sei! Mesmo sem saber, sei que a tal “fake Maria” é eleitora de Zé Maranhão, que aqui chamarei gentilmente de Zé Pomba, e que por ser eleitora daquela virilidade política, deve ter tido algum problema escolar, que cabe aqui meu respeito.
Sim, fake Maria, eu lhe entendo, e é pesando em sua posição não sexual que citarei Voltaire: “(...)Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lá." Nesse caso, tentar dizer. E só pra finalizar essa “resposta”, não, não queria eu ser odiado por todos (...), não, eu não só falo (digito) bosta, e não, eu não sou feio, eu sou até bonitinho, assim fala minha esposa...

quarta-feira, 18 de maio de 2011



O público não é privado, o público, como já diz o nome, é público, é dos contribuintes, é do povo pobre e rico, é de todos. Coisas públicas não funcionam direito nesse país, na verdade nada funciona direito nesse país, nada mesmo. O privado é uma merda, o público igualmente merda, portanto não temos um problema com a classificação das instituições, temos na verdade um problema cultural.
A cultura brasileira é o problema, o samba é um problema, o carnaval um problema maior, o São João um problema menor, as eleições... bem as eleições eram pra ser parte da solução, porém como os brasileiros são os votantes as eleições também são um problema, em um caso especifico, um problema maior ainda.
O brasileiro não está pronto para a democracia, pois ele não respeita o público, portanto não respeita aquilo que é a pedra fundamental de governos republicanos. Tenho minhas duvidas sobre o que o brasileiro está preparado. Tenho, no entanto, uma visão positiva para os brasileiros (...) continuaremos sendo fornecedores de matéria prima para países mais organizados, e que por ventura respeitam o que é público, e também valorizam aquilo que é privado.
Somos a vanguarda daquilo que poderia dar certo, mas que porventura sempre dar errado, os erros são explicáveis, as posturas não. Poderíamos sim nos torna uma grande nação em termos de desenvolvimento econômico se aqueles que aqui habitam não fossem brasileiros, se não fossem mal educados, se não fossemos mal intencionados... enfim, se....

quinta-feira, 5 de maio de 2011

... Deus ...



Um deus com “D” maiúsculo é o que procura a maioria das pessoas da nossa civilização, um deus que seja onipresente, bondoso, raivoso, castigador, um deus que seja amável, carinhoso, caridoso, um deus o qual der um destino certo ao povo, um deus que saiba compreender a falta de ética e de escrúpulos de pecadores, sejam esses seguidores do deus “X” ou do deus “Y”.
É graças a deus que alguém enriquece, da mesma forma que é graças a um plano futuro de deus que as pessoas pobres sofrem, deus sabe o que faz. Deus sabe o que faz quando todo um continente padece sobre a fome, deus sabe o que faz quando guerras são declaradas em seu nome, deus sabe o que faz quando o preconceito ao livre arbítrio é declarado abertamente por templos que usam seu nome, deus não dorme.
A deus pertence o futuro, a deus pertence o passado, a deus devemos lealdade, a deus devemos simplicidade. A deus devemos tudo, portanto podemos também lhe cobrar tudo. A deus podemos cobrar igualdade, a deus podemos cobrar fraternidade, a deus podemos cobrar liberdade.
A deus devemos cobrar e exigir respeito, não queremos mais castigos, queremos recompensas, queremos um mundo melhor, chega de hipocrisia, queremos fartura, diversão e segurança, chegou a hora de deus mostrar serviço. Deus, caso seja realmente um deus, com “D” maiúsculo, deveria realmente fazer algo por aqueles que acham ser suas criaturas, caso contrário, as criaturas chegarão a conclusão de que a única criatura é um deus, desse modo, com “d” minúsculo, e tudo aquilo que eles criaram e deturbaram ao longo desses 2011 anos foi realmente uma fraude, a tanta já anunciada.
Como disse Jules Renard, pensador francês do século XIX: “Não sei se Deus existe. Mas seria melhor para sua reputação que não existisse.”

quarta-feira, 9 de março de 2011

Não basta só gritar, tem que saber o porquê do grito!



Esse é meu lema, meu jargão, minha mesmice, resultante de uma energia nem um pouco positiva, com uma imagem sobre o futuro extremamente pessimista. Sou o resultado daqueles que não souberam explicar o porque das coisas, que falharam quando tentaram impor reticências em explicações nem um pouco condizente com a realidade. Sou o resultado de palavras de ordem fracassadas.
Eu leio o mundo, eu leio livros, leio olhares, isso tudo sempre a procura de uma explicação racional para as coisas e sobre as pessoas, nunca deixo que me manipulem, não deixo que me governem, dos outros nada quero de fato, de mim mesmo quero tudo: transformação, caráter, simplicidade, verdade.
Construo meu Eu com experiências nossas, e cutucando ali e aqui cheguei a minha maturidade emocional racional, maturidade essa que me faz gritar sabendo o porque de todos os meus gritos e gruídos, que me fez refletir todos os meus posicionamentos a respeito daquilo que anteriormente fracassei em defender ou criticar, hoje realmente sei o caminho da felicidade: a falsidade.
A falsidade e o não olhar profundo sobre aquilo que estar nos circundando é o que tornam as pessoas felizes, satisfeitas, surdas, mudas e cegas. Não me dou por vencido da tragédia que é essa vida, e como um subversivo pós-moderno não baixarei nunca minha cabeça e nem desfiarei meu olhar daquilo que condeno, se ser feliz é literalmente abdicar do sofrimento dos nossos semelhantes, prefiro eternamente a tristeza!
Posso até ser vencido, posso até passar batido, posso inclusive não ser notado, mas minha parte varei! Eu, Solano Alves, faço parte de uma frente de libertação individual, faço parte de um grupo de uma pessoa que acredita que existe algo errado, faço parte daqueles que procuram fundamentos racionais e emocionais saudáveis para todos. Por isso eu grito, eu choro, eu luto... nesse LUTO vazio que é a vida...vida...vida!