segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Se ouviram do Ypiranga quê que eu tenho haver com isso?

Nunca acreditei no Brasil como uma nação unida, que na base de sua miscigenação tenha criado um universo único e plural, na qual, o abismo econômico e social não fosse obstáculo para a essência entre os brasileiros.
Não me identifico com nenhuma nacionalidade, e sempre desconfiei de qualquer projeto destinado a tal feito, pois pra mim tais ideologias serviram mais para questões separatistas culturais do que união entre povos. Sou um menino do mundo, não de um lugar fronteiriço a outro.
Por tal concepção não posso deixar passar batido a volta de perigosos discursos que estão a penetrar no underground pessoense. Discursos que eram pra cair no esquecimento, mas que por ventura não caíram. Estou a falar de ondas Carecas aqui na cidade.
Os Carecas se destacam por serem um grupo reacionário, direitistas, e por conseqüência anti-libertário. Utilizam da repetição e discursos inflamados para pregar uma suposta união de povos, ou mesmo, uma suposta superioridade.



Os Carecas além de nacionalista são homofóbicos, alguns pregam o ódio racial, e alguns outros proferem discursos anti-judaicos, identificando esse discurso não contrário a religião judaica, e sim a questão racial, ou seja, um discurso atrasado e de influencia ariana. É difícil entender inclusive tal fato. Se é um grupo ideológico que prega o nacionalismo, qual o porque de se identificar com idéias puramente européias? Não existe adequação ou adaptatividade dessas correntes aqui nesse país, na verdade até existiu um louco que tentou transforma-lá a nossa realidade, Plínio Salgado, um dos frutos indesejados da semana de arte moderna, 1922.



Na Paraíba, tais Carecas, ganham espaço, ou procuram seu “espaço vital”, através de uma radio digital, chamada coturnada, onde músicas e frases como “Vida longa aos Skinheads” são proferias e ovacionadas.
Tais pessoas tornam-se perigosas por não respeitarem a diversidade de pensamentos existentes na pátria defendidas por eles. Tornam-se perigosos por agirem com violência física e não discursiva, tornam-se perigosos por organizarem-se hierarquicamente acreditando em discursos militares.

No inicio a conversar pode ser patriótica, depois a conversa é homofobica, depois racial, e por aí vai. Entrar nessa quer dizer ser controlado, acreditar na indiferença, é mascarar culpados para o problema nacional, que na verdade foi construído historicamente.
Não deixe que idéias absurdas tente controlar sua pessoa, não se entregue a discursos sem lógica e atrasados, lute por melhorias para o mundo e não para um povo.

Eliminem a Pátria, dane-se a Pátria! (AEP)



Um comentário:

Paulo Gomez disse...

Eu evito chamar WP, Carecas, FASH e RASH de skinhead, porque skinheads de verdade não mantinham postura preconceituosa e muito menos política.

Os verdadeiros skinheads são os que não participam de nenhuma dessas frescuras e se denominam Trad Skin, os que vivenciam a cultura original skinhead, brancos e negros, classe operária, suburbanas, facismo passa longe da cultura skinhead.

"Vida longa aos skinheads (de verdade)"