segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A culpa é do Estado!




A grande confusão momentânea na cidade que não é maravilhosa me deixou com muitas duvidas: quem realmente levará a Paz? E como acreditar em uma paz armada? A paz é uma condição de direito de cada cidadão, muito provavelmente um direito inalienável, porém o mesmo que era para garantir tal condição, é aquele que de forma bastante arbitrária transformou ou construiu essa realidade.
Se antes os moradores de comunidades pobres cariocas viviam sobre o terror do tráfico de drogas, agora eles iram viver sobre o terror do Estado, o mesmo Estado que sempre se mostrou omisso a respeito de suas necessidades, o mesmo que é culpado pela desigualdade que ocasionou a formação de moradias indignas, o mesmo Estado que pôs as armas naquelas mãos.
A culpa é do Estado e de cada cidadão que acredita nesse tipo de cidadania. Como acreditar que o povo vai ser liberto por causa de uma suposta polícia pacificadora? Como? O povo só será liberto quando tiver acesso igualitário aos meios que educam. O povo só será liberto quando de fato jogar a ultima pá de barro nesse tipo de governo.
Creio que um novo tipo de governo que deveria está em questão, um executivo que de fato faça valer nossos esforços para manter nossa democracia, um legislativo que criem leis que possam repartir o bolo para com todos, e um judiciário que aplique o rigor da Lei sem distinção de CEP ou contracheque. Utopia não é acreditar em acesso democrático ou na defesa de uma República, utopia é acreditar que a paz armada, imposta por um Estado omisso, e aplaudido pela imprensa que ganha dinheiro com o sangue do pobre, possa mudar profundamente a realidade daqueles que estão oprimidos por ambas as partes, o tráfico e o seu concorrente fiscal, o Estado.